A IMPORTÂNCIA DO HOME-OFFICE OU TELETRABALHO PARA QUALIDADE DE VIDA E PRODUTIVIDADE NAS EMPRESAS
Com o avanço da tecnologia, comunicação e globalização, novas formas de flexibilização das relações de trabalho tem se disseminado visando o aumento da qualidade de vida do trabalhador, o aumento de produtividade, redução de custos para o empregador e retenção de talentos na empresa.
O Home-Office ou Teletrabalho surgiram para viabilizar tais necessidades, e por isso é atualmente, a maior evolução quando falamos em satisfação profissional, pessoal, redução de custos e retenção de talentos na empresa.
O Home-Office ou teletrabalho, é uma realidade mundial. Empresas públicas e privadas utilizam-se dessa modalidade com o intuito de aumentar a qualidade de vida do trabalhador para conseguir reter talentos, reduzir custos, aumentar a satisfação profissional, otimizando o tempo e dando as empresas maior flexibilidade.
É uma modalidade poderosa nas empresas, onde as mudanças ocorrem em ritmo vertiginoso, em que as informações ultrapassam fronteiras impulsionadas pela velocidade da internet, em que a globalização promove maior competitividade entre empresas.
Sob a ótica de profissionais que atuam em Home-Office ou tele trabalho, esses trabalhadores apresentam um nível de satisfação profissional maior em relação aos trabalhadores tradicionais, como demonstram pesquisas de RH. Além disso, sabe-se que pessoas satisfeitas produzem mais quando se tem qualidade de vida, a criatividade flui com mais facilidade e assim tendo maior produtividade, flexibilidade e economia, mais tempo para lazer, família e esportes.
Mobilidade, sustentabilidade e sóciodiversidade são pontos fundamentais em qualquer debate sobre cidade. O futuro e a melhoria de qualidade de vida nos centros urbanos dependem de uma mudança para que sejam tratados esses problemas. Obter novos conceitos é fundamental, como morar perto do trabalho, usar menos automóvel, desperdiçar menos e poupar mais são algum pontos para tentar resolver alguns problemas.
Qualidade de vida e o maior prêmio do escritório para casa. Com os avanços obtidos nas telecomunicações e na informática, já encurtaram distâncias entre nações, talvez se possa usá-las em distâncias menores, entre emprego e a casa, em prol da qualidade de vida.
O home-office ou teletrabalho surgiram como uma alternativa moderna de gestão empresarial, com foco no trabalho flexível para tornar as empresas mais competitivas e dinâmicas.
Abordaremos neste estudo, diversos aspectos a respeito do home-office, defendendo-o como uma alternativa e solução à diversos problemas de nossa atualidade, mesmo que realizado de forma parcial.
1. Evolução do conceito de Home-Office ou Teletrabalho.
O Home-Office ou Teletrabalho é um tema condicionalmente novo, tanto na prática quanto na literatura administrativa, especialmente no Brasil. Apareceu como proposta nos anos 1970, como possível resposta à crise do petróleo, ao aumento dos problemas de mobilidade, sustentabilidade e sociodiversidade, ainda, no cenário de maior afluxo das mulheres ao mercado de trabalho. No entanto, é a partir dos anos 1990 que o tema ganha força, especialmente nos países do chamado Primeiro Mundo, em virtude da sofisticação e estereotipagem das tecnologias de informática e telecomunicações (TICs-Tecnologia da Informação e da Comunicação ).
O trabalho em casa não é uma ideia nova já nos burgos da idade Média, a loja ou oficina ficava no térreo e a casa no andar de cima. Em 1980 , Alvin Toffer profetizava em seu Best Seller “A primeira onda” que a tecnologia permitiria que as pessoas voltassem a trabalhar em casa com o fim da era industrial e o início da era da informação, da valorização dos serviços, da criatividade e da produtividade.
O Home-office ou Teletrabalho, já é realidade para 58 milhões de pessoas no mundo todo conforme dados do IDC(Internacional Data Corporetion 2011)
Existem no Brasil 4,5 milhões de pessoas trabalhando em casa (jornal Nacional/2009). Com aumento de 10% ao ano chegando em 2015 com uma porcentagem de 30% de pessoas trabalhando em casa pelo menos uma vez por semana em todo mundo (Época negocio /49).
Hoje as formas tradicionais de trabalho a distância diferenciam-se bastante do fenômeno a que assistimos hoje nas organizações. O Home-Office ou teletrabalho, viabilizado pelas TICs(Tecnologia da Informação e da Comunicação ) que permitem a virtualização do espaço e do tempo, não é apenas nova forma de organizar o trabalho. Ele transforma o trabalho de “um lugar para ir” em uma atividade que pode ser feita a qualquer hora e em qualquer lugar. Mais do que isso, ele impacta o próprio significado de organização. Se os indivíduos podem trabalhar em qualquer lugar e a qualquer momento, não é mais tão fácil demarcar as organizações no espaço e no tempo: elas esticam suas fronteiras no espaço porque os teletrabalhadores podem estar em qualquer lugar; elas se esticam no tempo, porque o trabalho não está mais restrito aos horários convencionais do escritório (Brocklehurst, 2001).
2. Home-Office ou Teletrabalho, uma questão de escolha ou de sobrevivência?
Embora o discurso do Home-Office ou teletrabalho compartilhem de elementos importantes com outros discursos gerenciais correntes, sua prática envolve o elemento restrito do afastamento físico do local de trabalho, gerenciamento das suas próprias atividades, autoconfiança, determinação, facilidade em lidar com tecnologias e telecomunicação e facilidade em administrar suas finanças. Consequentemente, além de articular uma pretenciosa autodisciplinar de autonomia e liberdade responsáveis, a prática tenta conciliar situação e sentimentos contraditórios: isolamento físico e vínculo com a organização, imediação física e indisponibilidade para a família, autonomia com invasão dos espaços íntimos, vida privada e trabalho, transferindo ao responsável e maduro tele trabalhador o “desafio” de gerenciar tais paradoxos.
Não obstante, é preciso reconhecer que casa e trabalho são mundos culturalmente diferentes. Trabalho e casa são espaços sociais construídos sobrediscursos diferentes, envolvendo pessoas, normas, valores, noções de tempo, práticas e condutas distintas (Tietze, 2002).
Como defende Da-Matta (1987, 2001), as esferas pessoal e pública — incluindo o trabalho — são espaços deslignificação diferenciada, com seus códigos, comportamentos e condutas particulares: casa e rua.
Os dois mundos, o da casa e o da rua, “são mais que meros espaços geográficos. São modos de ler, explicar e falar do mundo” (Da-Matta, 2001:29); tratam-se, ambos, de espaços morais. Misturá-los, então, não é possível sem criar conflitos.
Em empresas estudadas por Felstead, Jewson e Walters (2003), os teletrabalhadores e os respectivos supervisores enfrentavam dificuldades para negociar o modus-operandi em termos de tempo e espaço para a realização de atividades, principalmente, em função do problema da visibilidade. Os teletrabalhadores, o fato de os supervisores não os observarem no mesmo espaço físico, daria a conotação de que eles não estariam efetivamente trabalhando.
Porém, conforme observam autores como Hartig, Kylin e Johanson (2007), Hilbrecht et al (2008), Mann, Varey e Button (2000), Marsh e Musson (2008) e Tietze (2005), a flexibilidade parece ter também um alto custo para alguns indivíduos, pois faltam referências que ajudem a definir os limites entre tempo e espaço de trabalho e de vida pessoal.
3. Questões de âmbito legal
No dia 15 de dezembro de 2011 a presidente Dilma Roussef assinou a lei 12.551/2011, que “equipara os efeitos jurídicos da subordinação exercida por meios telemáticos e informatizados à exercida por meios pessoais e diretos”. Quem trabalha em home office terá os mesmos direitos trabalhistas de quem trabalha dentro da empresa, sem mais nem menos. Não é uma regularização da atividade – para isso tramita outro projeto de lei - reconhece esses trabalhadores e seus direitos.
A Lei 12.551/2011 teve origem no PLC 102/2007, do ex-deputado Eduardo Valverde (Falecido em 2011), que, na época, lembrou que a revolução tecnológica e as transformações do mundo do trabalho exigem permanentes mudanças de ordem jurídica.
A lei passa a ser também o artigo 6o. na CLT, ou seja, não há mais desculpas para as empresas tratarem de forma diferente quem trabalha em casa e quem trabalha in loco. Teletrabalhadores serão mais protegidos, pois terão garantidas todos os diretos previstos em lei, como fundo de garantia, décimo terceiro, entre outros.
Sabemos que o trabalho tomou diferentes formas, desde o seu surgimento, variando conforme a necessidade da realidade mundial. Muitas delas foram ditadas pelas dificuldades apresentadas, outras motivadas por avanços tecnológicos, que, desde então, permitem maior flexibilidade em todos os aspectos da economia.